Preenche os silêncios com
colocações. Conta histórias intermináveis sobre experiências pessoais. É autorreferente.
Completa os pensamentos do professor, discorda ou concorda com teses apresentadas
só para poder fazer colocações em cima das falas dele ou dos colegas. “Deixa eu
só dizer uma coisinha...”, interrompe, só para fazer uma ‘contribuição’ de
cinco minutos. Geralmente tem sotaque diferente do local em que está assistindo
a aula, marcando sua fala e tornando-a mais sui
generis.
Cria bordões próprios como
deixa para voltar a atenção para si e dar exemplos do que vai sendo explanado.
Não tem lead e conta histórias compridas: “quando eu tinha 14 anos...”. Mesmo
diante dos olhares de tédio, raiva, impaciência ou da desatenção dos colegas
segue falando, falando... Usa a sala como terapia, se descobre, se revela, completa
carências, faz os colegas refém dos seus causos e experiências banais que ninguém
tem interesse.
No fundo só quer ser aceito,
só quer ser querido e amado... Sua pseudo-inteligência vai parecendo a cada dia
mais fatigante e expoente da falta de amigos, conhecimento real e
autoestima. Em alguns casos funciona
como paquita, ajudante de palco do professor, auxiliando a ligar aparelhos eletrônicos,
o ar-condicionado, fecha a porta, pega um material... É hiperativo e
interativo. Comenta a aula em tempo real, cria hashtags e subtemas relacionados. Haja repertório!
Identificou a figura? Boa volta as aulas!
(Esse texto é baseado em diferentes pessoas que fizeram cursos comigo nos últimos anos. maio de 2014)
O eloquente da sala de aula é (potencialmente), já foi ou será o louco da palestra.
Entre Aspas: Eu estava prodigiosamente embriagado de mim mesmo. Eu, eu eu, eu. Nelson Rodrigues.