sábado, 21 de janeiro de 2012

A idade em que você pode tudo!

Há uma teoria* de que os 24 anos são o auge da beleza da juventude. É quando nos livramos definitivamente daquela terrível fase feiúra adolescente, deixamos de lado a cabeleira e o estilo mais revolto e passamos a nos cuidar mais. Aos 30, segundo outra teoria* somos imbuídos naturalmente por uma sabedoria. Recebemos essa poção mágica quase que automaticamente no nosso 30º aniversário – claro, sempre há os retardatários e os que não encontram sua poção nunca.

Mas é no meio do caminho entre uma e outra idade que está o perigo. É nela que se esconde o Super Homem/Mulher Maravilha e a sensação de que você pode tudo (e pode mesmo!). Falo da fase entre 26 e 28, quando ainda carrega grande parte da beleza juvenil, mas já usa seu primeiro Renew ou a compra a primeira boina para disfarçar um pouco as entradas iminentes. Ao mesmo tempo, se aproxima de uma fase mais serena, menos afoita e, portanto, mais sábia.

Para Young, aos 28 começa uma transição na personalidade que vai deixando de ser dominado pelo ego e passa a ser regida pelo self. Na astrologia, é quando você vai deixando de ser seu signo a caminho do seu ascendente. Tanto Yung quando os astrólogos acreditam que essa fase só se conclui aos 40, 42 anos.

Um rito natural, mais marcado em alguns casos, menos ‘traumático’ em outros e que reforça a fase do EU POSSO! Afinal, o ego super poderoso não ia abrir a guarda assim fácil para o self. Estou nessa fase e sei do que estou falando. Acredito, de verdade, que se eu decidir ser presidente dos EUA, eu posso ser. E nem é um arroubo adolescente ou viagem infantil. É estratégia armada com toda minha maturidade juvenil.

Poder tudo, no entanto, traz perigos. E nem é uma deixa clichê para falar da morte de Amy Winehouse e de outras figuras aos 27. Até porque poder tudo significa, inclusive, poder se matar de tanto se drogar. Você sabe que isso pode ocorrer, mas o que importa é o prazer – poder.

O perigo é você não fazer NADA com esse potencial todo e chegar aos 30 um sábio frustrado, acomodado e com sensação de que perdeu aquele último metrô da estação. E se acha que pode: corre, se joga, que no máximo ficará preso na porta ou se espatifará na linha. Só não dá para assistir a essa passagem sem se arriscar. E isso significa correr! Há tempo para errar e grades de proteção para aparar. Se sentir que quer voar, o cuidado é só com o vão, mas não tema em deixar a plataforma.

*Teorias formuladas por amigos dessas idades e nas quais acredito.

Entre Aspas: Não acredito em experiência moral sem culpa. Luiz Felipe Pondé.

sábado, 7 de janeiro de 2012

2011: o ano do Não

Acabo de fazer as pazes com 2011. Os anos ímpares costumam reservar sorrisos largos para mim e com esse que termina não podia ser diferente. Mas 2011 foi bipolar, de altos, baixos, conquistas e de chegar tão perto de outros objetivos, que a sensação de quase tocá-los traz um certo ressentimento por ainda não conseguir agarrá-los como merecem.

O ano começa onde termina: na areia de Copacabana, com o espetáculo celeste e fogos que podem até ser artificiais, mas aquecem o coração até dos mais incessíveis. Entra e sai ano, o Rio continua inspirador e ótima opção para passar réveillon.

No campo profissional, atingi um dos meus objetivos em São Paulo, que era trabalhar em um grande veículo. Aprendi a fazer rádio e TV profissionalmente e me joguei de cabeça nesse desafio. Aprendi a dizer Não, a ser protagonista da minha carreira e tornei-me microempresário. Lancei-me como freela, utilizei a cara-de-pau, a coragem e estou na batalha. A maior lição do ano, no entanto, foi que nunca mais, mas NUNCA MAIS mesmo, vou ficar seis anos sem férias. Elas são fundamentais para o equilíbrio físico, mental, emocional e para continuar dando conta de todas as heresias do dia a dia.

Se em 2010 foi o ano que mais trabalhei na vida (como escrevi aqui), o ano que passou foi o mais tranquilo. Horários mais flexíveis, nenhum fim de semana trabalhado, nenhum feriado e folga de 15 dias no fim do ano – quase um sonho em outras épocas. Todavia, tiveram baixos também, com dificuldades para conseguir freelas, mas o saldo, sem dúvidas, é positivo.

As mudanças prometidas para 2011 vieram. Elas foram mais internas e pessoais do que um simples trocar de emprego. Aliás, trabalho começa a deixar de ser prioridade número 1. No fim do ano, tive uma sensação de ruptura, de novo ciclo começando, uma fase ainda mais adulta, com liberdade, maturidade, independência e pé no chão para traçar os novos dias de 2012.

No campo pessoal, uma viagem ao Peru, com passagem pela Bolívia, sonhada há tempos. Ela teve execução primorosa, com direito a fazer tudo que eu queria (...). Carnaval em Paraty, Semana Santa no Pantanal, descanso em Campo Grande e aniversário da Mafer em Cuiabá também foram importantes para recarregar energias.

Uma frase que ouvi no começo do ano determinou como tentei encarar as coisas: "o segredo da felicidade é não criar expectativas". É, em grande parte, verdade e adotei o método: menos ansiedade, menos frustrações, sofrimento... Sem dúvida, é um processo de amadurencimento, mas esse estilo blasé também tira parte da graça da vida, por isso, tenho tentando adotá-lo com moderação.

Foi ano de buscar o “tesão perdido”, de realçar amizades paulistanas, de intensificar a relação amor e ódio com São Paulo, de – pasmem – não ter nenhum grande amor (existe amor em SP?). Talvez se eu tivesse consultados os astros, eles tivessem recomendado cuidado com saúde: torci o pé, tive duas conjuntivites e gastrite.

Respiro aliviado por estar melhor resolvido com 2011. Já 2012 é ano de agarrar alguns daqueles sonhos que só toquei, de continuar o movimento de 2011, de novos desafios e mais aventuras (espero). Desejo mesmo que seja o ano do Sim! – mas só caso se tiver tesão.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

- Você é interessante demais para ficar andando à solta por aí.
- Mas é daí que vem boa parte do meu charme!