quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Anoiteceu...
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Dias de jornal
Que as tardes venham com o fechamento, mas que ele seja sempre da próxima edição. Ela que permite o recomeço diário da busca utópica da melhor matéria, do furo, da função social, da reportagem, do personagem ideal e dessa loucura em tempos digitais chamada jornalismo impresso.
Entre Aspas Há entre a nossa imprensa moderna e o fato, uma distância fatal. O repórter age e reage como um marginal do acontecimento. Antigamente, o profissional sofria o fato na carne e na alma. Podia morrer no incêndio como um bombeiro; e, se era um naufrágio, o sujeito podia se afogar briosamente. Havia o risco e, não raro, o martírio. Nelson Rodrigues.
domingo, 22 de julho de 2012
Um aviso
Quando bebo,
rio falsamente
Como um poeta, amo sem sentir
forjo uma inteligência que não tenho.
Crio novos relacionamentos
Sambo sem saber dançar,
canto sem ter decorado uma letra sequer.
Adoto um sotaque,
pontuo com uma nova gíria.
Invento um olhar sedutor;
Faço um personagem capaz de se divertir.
E sobre mim
e sobre você
e sobre tudo
minto (mas só a noite!)
Entre Aspas: Eu era um observador espantado e infeliz de mim mesmo. Não me reconhecia nas minhas palavras e nas minhas gargalhadas. Era como se outro falasse e risse por mim. Nelson Rodrigues.
(7/7/2012)
sábado, 21 de julho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Bem-te-vi!
Entre Aspas: Sempre existe um mundo todo esperando pela fotografia do momento mais incrível e há sempre uns olhos esperando a hora de testemunhar todo o dia o grande lance. O voltar pra casa. O lembrar tudo de novo, e te fotografaria de novo, toda manhã pra te prender no nascer do sol. De um post do blog da “Briga”.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Paulista
sábado, 21 de abril de 2012
Noite – o início, o meio, o fim
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios
Como se vê esse não é um texto jornalístico e nem uma crítica sobre o filme: é elogio, com adjetivos e palavras generosas ao trabalho da atriz. Trabalho que pesa no começo do filme. Por ser atriz conhecida da TV e ter executado com mérito vários personagens, Camila precisa convencer que não é a moça da propaganda da Caixa ou da novela das 8, ali ela é Lavínia.
Está linda, brejeira, simples, arredia, fogosa... Até aí, você acha que é mais uma personagem a la Gabriela. Nos flashbacks, é uma prostituta, bêbada, drogada, decadente... Camila mais uma vez convence e, apesar de não lembrar em nada a caricata Bebel, a sua prostituta de Paraíso Tropical, novela da Globo, a gente pensa: "ah, ok, ela também já fez isso muito bem, quero mais!".
E Camila, ou melhor, Lavínia, dá mais: está fogosa e com uma sintonia incrível com Caubi (Gustavo Machado) nas cenas de sexo; é dramática quando precisa; simples na hora de passar quase despercebida entre não-atores. Mas é na parte final, quando a vida da personagem muda completamente, que você solta um: “Nossa, sensacional!”.
Ela é tão convincente, que consegue deixar no chinelo o que a reduziria a ser só uma mulher bela e com brilho nos olhos. Lavínia agora não sabe quem é e Camila está irreconhecível – e não há recursos pesados de maquiagem para isso. Seu olhar, a expressão, os gestos e a fala mostram o quão talentosa é ao nos contar, sem precisar dizer, que teve um surto psicótico.
– Esse é o momento que mais temia. Conhecia pessoas da minha família que passaram por isso. Tinha medo de ter incorporado isso. Não queria me pautar pela minha experiência. Tive encontros com pacientes. Foram anos de terapia em um filme. Eu consegui olhar como artista, com subjetividade – conta.
Camila diz ainda que trabalhou muito para o filme, fez preparação corporal, experimentou e improvisou as cenas.
O diretor do filme, Beto Brant, confidenciou que queriam para o papel uma atriz que os fizesse tremer ao estar perto dela. Camila é dessas atrizes. E não é porque tem uma beleza desconcertante, mas também por que é simpática; tem sorriso sincero; olha no olho; é dedicada; engajada e inteligente (casa comigo?!).
O filme foi construído com cenas narrativas, que falam por si só, sem precisar explicar. “Estávamos em um rio comum, havia uma cumplicidade, generosidade entre nós. Isso criava uma dança não só entre atores, mas também com a equipe que tinha que bailar”, afirma Camila.
A atriz conta que a primeira cena de encontro de Lavínia com Caubi é gravada em plano sequência. São oito minutos seguidos em que atores, luz, som, foco, continuidade e tudo mais tinham que estar no ponto certo. “Quando conseguimos fazer o primeiro valendo, que deu certo para todo mundo, foi como comemorar gol na Copa do Mundo. Todos se abraçaram. Nunca vou esquecer esse momento”, confidencia.
Camila diz que viu vários filmes e atrizes desde a década de 1930 para construir o amálgama de Lavínia, suas várias facetas. “Fiquei porosa. Tudo que tinha a ver com a Lavínia guardava para ter com o quê jogar”. Pergunto se houve alguma inspiração em Penélope Cruz, mas ela diz que não, apesar de gostar dela. Em uma das cenas, em que está descabelada, fumando e incrivelmente linda e sexy é impossível não fazer a ligação: Camila é nossa Penélope.
Pitanga é uma das grandes atrizes brasileiras da sua geração. Devia fazer mais cinema, seu talento e beleza são grandes demais para a TV. Apesar desse desejo, ela segue seu próprio caminho e estará na próxima novela das 6 no segundo semestre. Analisando um pouco da sua carreira, ela fez coisas bacanas na telinha e talvez falte apenas uma vilã para nos convencer de vez que pode ser qualquer coisa, sendo a grande atriz que é!
O Filme:
terça-feira, 3 de abril de 2012
São Paulo, três anos depois*:
1 – Consigo ver a beleza do pôr-do-sol e, apesar de ainda achar que a cidade podia ter mais céu, isso me faz menos falta;
2 – Continuo admirando a (Av.) Paulista;
3 – Minha aversão por Berrini e adjacências só aumenta;
4 – Ainda não encontrei uma lógica no clima e me dou mal com frequência por estar sem as roupas e acessórios adequados;
5 – O trânsito é o item que mais me irrita;
6 – Vou menos a exposições, peças de teatro, museus...;
7 – Vou mais a casa de amigos e recebo-os mais vezes em casa. Aliás, agora tenho alguns para chamar de meus;
8 – Ainda me pergunto de onde sai tanta gente quando vejo uma multidão no metrô ou qualquer outro ponto de aglomeração;
9 – Aprendi a gostar de virado a paulista, como feijoada com mais frequência, não resisto a um milho com manteiga derretida e amo pastel de feira e pizza (sempre gostei dos dois últimos, mas aqui isso se intensificou);
10 – Encontro tipos estranhos no transporte público*;
11 – Adoro paquerar no transporte público. Passar tanto tempo me locomovendo tem que ter alguma utilidade, né? Ler, dormir e escrever também são boas opções;
12 – Ainda não consigo achar o atendimento de São Paulo bom e referência como “o melhor que está tendo”;
13 – O centro da cidade me comove e acho incrível passear por lá (não gosto do termo “rolê”, mas vou guardar isso pro item 20);
14 – Encontro, por acaso, pessoas conhecidas, quase toda vez que saio;
15 – Acredito em amor em SP. Mesmo achando que a gente mora longe um do outro;
16 – Os fanáticos por futebol tomaram o lugar dos fanáticos religiosos na lista de pessoas que cansam;
17 – Pessoas morando na rua e em condições adversas passaram a ser “normal” #comolidar;
18 – Fico menos tempo comigo mesmo;
19 – Ainda não fui – e tenho muita vontade de ir – a D-Edge, Pico do Jaraguá e Cooperifa;
20 – Falo “meu” e meus amigos de fora dizem que já tenho sotaque de paulistano. É osso, mano!;
21 – Ando cada vez mais acelerado;
22 – Uso calças mais slim, camisa xadrez e barba, mas nem de longe sou indie;
23 – Não desisti de achar que posso vencer o tempo. Isso significa que saio de casa cinco minutos antes de um compromisso do outro lado da cidade e juro que vou chegar a tempo;
24 – Tenho mais liberdade, menos saúde;
25 – Às vezes, minha ficha de que moro aqui parece ainda não ter caído;
26 – Vivo numa gangorra emocional e me tornei mais bipolar;
27 – 85% das minhas refeições são fora de casa;
28 – O grau de importância do item trabalho começa a diminuir;
29 – Tenho barba, menos cabelo, mais olheira, menos barriga;
30 – Sou mais notívago e amante de bares e afins;
31 – Substitui o jornal pela internet;
32 – Vou menos e sinto menos falta de Campo Grande;
33 – O tempo aqui é muito mais intenso. Esse três anos parecem uns cinco, pelo menos.
*completos em 1 de março
**Escrevi esse texto em um ônibus e fui interrompido por uma mulher meio doida que queria saber se eu era escritor. Após um diálogo esquisito (ela perguntava de forma agressiva/debochada), desisti do papo. Ao perceber meu silêncio, ela soltou: “Saiu uma lei proibindo escrever em ônibus”. Diante do meu desdém, ela começou a me cutucar e educadamente pedi para parar de me tocar. Ela ficou resignada e continuou tentando ver de soslaio o que eu escrevia na minha agenda...
Entre Aspas: O brasileiro gosta do horror e a nossa cidade é emotiva como uma senhora gorda. Nelson Rodrigues.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
Crise do silêncio
Comecei a procurar o coveiro. Deve ser um sujeito magro, mulato, com mais de 50 anos e olheiras. Sim, deve ter olheiras. Não sei porque, mas acho que elas são pré-requisitos de qualquer coveiro. Não que eu conheça muitos. Na verdade, não lembro de ter sido apresentado a nenhum. Vou achá-lo... Peraí, não é contraditório vir gozar do silêncio dos mortos e ir atrás do único vivo daqui?
Entre aspas: As palavras ferem o silêncio e com suas verdades insultam o que há de mais mágico: a imaginação. GSD.
domingo, 25 de março de 2012
O prazer de ser você mesmo
domingo, 11 de março de 2012
O maior símbolo de relacionamento para um “paulistano”
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
A superioridade feminina*
É deusa, valente, perspicaz, usa desculpas, têm suas razões, gerencia o trabalho, a casa e amamenta a cria. É única, mãe, multi, usa saias, tem franja, colore os lábios de vermelho, seduz com cabelos desalinhados na nuca.
É dor, quintal, fogo, usa decote, tem seios singulares, borda tapetes e recheia os bolos. É vó, forte, fêmea, usa brincos, tem celulite, inventa remédios caseiros e gosta de se apaixonar. É macho, guerreira, tenente, usa esmalte, tem charme, acaricia o colo e deixa as pernas à mostra.
É sensível, teimosa, sábia, usa jogos de palavras, têm sonhos secretos, chora com comercial e ri com a novela. É metódica, carente, trabalhadora, usa calças, tem receitas especiais, oferece seu colo e acalenta os que precisam de ti. É amante, ágil, engraçada, usa salto, tem vibrador, reza e alimenta os animais. É o mistério do mundo, a multiplicadora, a guardiã do amor incondicional, usa a razão, tem o dom do perdão, gera a vida e nunca deixa o samba parar.
*Só um amontoado de clichê.
Entre Aspas: Continuo sendo boa menina, que queria ser má, mas nunca será. Helen Mirren.
sábado, 21 de janeiro de 2012
A idade em que você pode tudo!
Há uma teoria* de que os 24 anos são o auge da beleza da juventude. É quando nos livramos definitivamente daquela terrível fase feiúra adolescente, deixamos de lado a cabeleira e o estilo mais revolto e passamos a nos cuidar mais. Aos 30, segundo outra teoria* somos imbuídos naturalmente por uma sabedoria. Recebemos essa poção mágica quase que automaticamente no nosso 30º aniversário – claro, sempre há os retardatários e os que não encontram sua poção nunca.
Mas é no meio do caminho entre uma e outra idade que está o perigo. É nela que se esconde o Super Homem/Mulher Maravilha e a sensação de que você pode tudo (e pode mesmo!). Falo da fase entre 26 e 28, quando ainda carrega grande parte da beleza juvenil, mas já usa seu primeiro Renew ou a compra a primeira boina para disfarçar um pouco as entradas iminentes. Ao mesmo tempo, se aproxima de uma fase mais serena, menos afoita e, portanto, mais sábia.
Para Young, aos 28 começa uma transição na personalidade que vai deixando de ser dominado pelo ego e passa a ser regida pelo self. Na astrologia, é quando você vai deixando de ser seu signo a caminho do seu ascendente. Tanto Yung quando os astrólogos acreditam que essa fase só se conclui aos 40, 42 anos.
Um rito natural, mais marcado em alguns casos, menos ‘traumático’ em outros e que reforça a fase do EU POSSO! Afinal, o ego super poderoso não ia abrir a guarda assim fácil para o self. Estou nessa fase e sei do que estou falando. Acredito, de verdade, que se eu decidir ser presidente dos EUA, eu posso ser. E nem é um arroubo adolescente ou viagem infantil. É estratégia armada com toda minha maturidade juvenil.
Poder tudo, no entanto, traz perigos. E nem é uma deixa clichê para falar da morte de Amy Winehouse e de outras figuras aos 27. Até porque poder tudo significa, inclusive, poder se matar de tanto se drogar. Você sabe que isso pode ocorrer, mas o que importa é o prazer – poder.
O perigo é você não fazer NADA com esse potencial todo e chegar aos 30 um sábio frustrado, acomodado e com sensação de que perdeu aquele último metrô da estação. E se acha que pode: corre, se joga, que no máximo ficará preso na porta ou se espatifará na linha. Só não dá para assistir a essa passagem sem se arriscar. E isso significa correr! Há tempo para errar e grades de proteção para aparar. Se sentir que quer voar, o cuidado é só com o vão, mas não tema em deixar a plataforma.
*Teorias formuladas por amigos dessas idades e nas quais acredito.
Entre Aspas: Não acredito em experiência moral sem culpa. Luiz Felipe Pondé.
sábado, 7 de janeiro de 2012
2011: o ano do Não
Acabo de fazer as pazes com 2011. Os anos ímpares costumam reservar sorrisos largos para mim e com esse que termina não podia ser diferente. Mas 2011 foi bipolar, de altos, baixos, conquistas e de chegar tão perto de outros objetivos, que a sensação de quase tocá-los traz um certo ressentimento por ainda não conseguir agarrá-los como merecem.
O ano começa onde termina: na areia de Copacabana, com o espetáculo celeste e fogos que podem até ser artificiais, mas aquecem o coração até dos mais incessíveis. Entra e sai ano, o Rio continua inspirador e ótima opção para passar réveillon.
No campo profissional, atingi um dos meus objetivos em São Paulo, que era trabalhar em um grande veículo. Aprendi a fazer rádio e TV profissionalmente e me joguei de cabeça nesse desafio. Aprendi a dizer Não, a ser protagonista da minha carreira e tornei-me microempresário. Lancei-me como freela, utilizei a cara-de-pau, a coragem e estou na batalha. A maior lição do ano, no entanto, foi que nunca mais, mas NUNCA MAIS mesmo, vou ficar seis anos sem férias. Elas são fundamentais para o equilíbrio físico, mental, emocional e para continuar dando conta de todas as heresias do dia a dia.
Se em 2010 foi o ano que mais trabalhei na vida (como escrevi aqui), o ano que passou foi o mais tranquilo. Horários mais flexíveis, nenhum fim de semana trabalhado, nenhum feriado e folga de 15 dias no fim do ano – quase um sonho em outras épocas. Todavia, tiveram baixos também, com dificuldades para conseguir freelas, mas o saldo, sem dúvidas, é positivo.
As mudanças prometidas para 2011 vieram. Elas foram mais internas e pessoais do que um simples trocar de emprego. Aliás, trabalho começa a deixar de ser prioridade número 1. No fim do ano, tive uma sensação de ruptura, de novo ciclo começando, uma fase ainda mais adulta, com liberdade, maturidade, independência e pé no chão para traçar os novos dias de 2012.
No campo pessoal, uma viagem ao Peru, com passagem pela Bolívia, sonhada há tempos. Ela teve execução primorosa, com direito a fazer tudo que eu queria (...). Carnaval em Paraty, Semana Santa no Pantanal, descanso em Campo Grande e aniversário da Mafer em Cuiabá também foram importantes para recarregar energias.
Uma frase que ouvi no começo do ano determinou como tentei encarar as coisas: "o segredo da felicidade é não criar expectativas". É, em grande parte, verdade e adotei o método: menos ansiedade, menos frustrações, sofrimento... Sem dúvida, é um processo de amadurencimento, mas esse estilo blasé também tira parte da graça da vida, por isso, tenho tentando adotá-lo com moderação.
Foi ano de buscar o “tesão perdido”, de realçar amizades paulistanas, de intensificar a relação amor e ódio com São Paulo, de – pasmem – não ter nenhum grande amor (existe amor em SP?). Talvez se eu tivesse consultados os astros, eles tivessem recomendado cuidado com saúde: torci o pé, tive duas conjuntivites e gastrite.
Respiro aliviado por estar melhor resolvido com 2011. Já 2012 é ano de agarrar alguns daqueles sonhos que só toquei, de continuar o movimento de 2011, de novos desafios e mais aventuras (espero). Desejo mesmo que seja o ano do Sim! – mas só caso se tiver tesão.