domingo, 13 de novembro de 2011

O caminho do céu*
























* Fotos tiradas em Águas Calientes, Wainapichu (montanha jovem, na língua quéchua - usada pelos incas) e na trilha da ponte inca. Todos esses lugares ficam nos arredores de Machu Pichu, no Peru, onde tive a sensação de ter tocado o céu.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

Volto, quem sabe, um dia

Entre o rio e as montanhas, o trem balança e segue nos vales que os incas consideraram sagrados. A rede elétrica desafia a natureza e se esgueira entre as pedras, o mato, a areia e as nuvens. O caminho é curvo, como o curso do rio. Um nada grandioso.

Pedras para construção, para escudo, para viver, para cortar o caminho por meio de túneis. Amontoadas formam a montanha; enfileiradas em círculos sustentam o cultivo das plantas; molhadas fazem parte do rio. Amarelas, verdes, roxas, pretas, cinza, com escritos, juntas, solitárias, com flores, pontudas, redondas, pequeninas, grandiosas...

Um tchau abandonado em uma casa de madeira no meio de tantas rochas. A mata se fecha e tenta esconder as pedras, mas dura pouco. O verde é agraciado pela companhia das rochas. O teto de vidro, o cheiro da fina garoa, a música ambiente, o balanço do trem e a magnitude da paisagem que dialoga e se mostra vão te deixando em paz. Pode parecer exagero – e deve ser – mas consigo sentir a essência do rio, da selva, a alma das pedras... Podia até meditar aqui, mas nem preciso disso para alcançar o céu.

[19/10/2011]

Entre Aspas: Volto, quem sabe, um dia/ Porque os trilhos já tiraram do chão/Olho as tardes, vivo a vida/Nada é em vão. Da música 'Viagem', de Vanessa da Matta.