domingo, 20 de dezembro de 2009

Três anos em um

Dois mil inove...Com essa frase começou o ano, um tracadilho faceiro, prometendo mundos e fundos e anunciando mudanças. E assim foi! Pela numerologia esse foi meu ano seis (propício ao lar, à família, ao casamento e aos amigos, segundo a ‘filosofia’). Não foi nada disso. Foi sim meu ano três, não pela soma de números da data de nascimento ou do meu nome, mas por tudo ter acontecido triplicado.

Comecei o ano passando por três festas de réveillon;

Fiz (ainda faço e sempre farei,rs) aniversário em 3 de janeiro;

Tive três empregos (Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, Luares e Agência Leia);

Morei em três casas (Bairro Universitário em Campo Grande, Vila Olímpia em São Paulo e Barra Funda em São Paulo);

Fiz três viagens bacanas (Campo Grande-junho, Paraty-julho, Bela Vista do Paraíso-outubro);

Recebi três convites para casamento (Marê, Belha e Pati);

Fiz três novas amizades (Carol, Ju e Rê);

Tenho três paletós no guarda-roupa;

Tive contato com três jornalistas fodas (Edvaldo Pereira Lima, Neide Duarte e Zé Hamilton Ribeiro);

Três pessoas moram na minha casa atual (Maria Fernanda, Marcelle e eu);

Vi três filmes marcantes (A Partida, A Festa da Menina Morta e Não é Só Ilusão);
Assisti a três peças ótimas (Viver Sem Tempos Mortos, O Ano do Pensamento Mágico e Bichos do Mundo);

Conheci três novas cidades (Santos, Paraty e Bela Vista do Paraíso);

Tenho três aparelhos de celular (para quê tanto, né?);

Tive três gripes (em ano de gripe suína, mas sobrevivi);

Três amigos mudaram de Campo Grande e dividiram agruras e conquistas (Antônio, Rapha e Marcelle);

Fui a três missas (dois casamentos e um batizado);

Completei três anos de formado (passa rápido, né?!);

Conheci pessoalmente três jornalistas-autores fodas (Gay Talese, Xinran e Eliane Brum);

E termino o ano preparando três festas de aniversário (isso mesmo, veja abaixo).

Um ano intenso, cheio de emoções em que, literalmente, mudei e inovei a perspectiva pela qual vejo o mundo, encaro o trabalho e vivo, que provocou um amadurecimento imensurável e teve acontecimentos que dificilmente sairão da memória. Foram mesmo três anos em um. Sobrevivi e ainda gostei das altas doses de emoção – e de viver perigosamente.

Para celebrar esses três anos que passei em 2009 vou começar 2010 comemorando meu aniversário ao cubo. Será uma espécie de turnê comemorativa em que espero conseguir brindar com o maior número de amigos possíveis. Vamos às datas e cidades:

*Recife (onde passarei o réveillon), domingo, 3 de janeiro

*São Paulo, sábado, 9 de janeiro

*Campo Grande, sábado, 16 de janeiro.

Que este seja um ano de muitas realizações e de encontros para e entre todos nós!
2010 com qualidade de vida e amor!

Crianças Velhas. Novos adultos

(Para o tempo que eu quero descer)

... E então cresceram. Eram aquelas crianças catarrentas que corriam pela rua, soltavam pipa, brincavam de bola de gude, jogavam bete, corriam no pega-pega e brigavam só para depois continuarem todas essas travessuras juntos. A rua ainda é a mesma, mas eles casaram, tiveram filhos, se mudaram e hoje projetam novos rumos. Realizam seus sonhos de infância. Muito da personalidade de cada um naquela época de jogos de vôlei, de queimada e do rouba-bandeira permanecem até hoje.

Eles engordaram, mudaram os cabelos, têm caras e corpos de adultos, usam barba, mas por minutos sustentam os mesmos sorrisos de antes. Talvez o que tenha restado em comum seja apenas isso, além das histórias, claro. E foram muitas. Das melhores e inesquecíveis fases da vida. Para alguns é estranho vê-los tão grande, um ou outro deles nem se percebeu adulto ainda, outros ainda relutam contra essa realidade. No entanto, todos são pressionados a assumir suas responsabilidades, a tomar rumos na vida e vão seguindo seus caminhos, construindo suas histórias. E de vez em quando se encontram, falam do passado, riem das lembranças e perguntam de fulanos e cicranos.

Saem renovados, com um ‘quê’ de vontade de reviver aquela fase. A vida segue, precisam segurar às próprias rédeas e prosseguir suas novas vidas de adultos. A esperteza, as trapaças, as vitórias, as derrotas, as virtudes e os vícios aprendidos quando eram crianças ainda se mostram presentes hoje em outros contextos. Os encontros, os choros e os risos é que ficaram mais escassos. O trabalho espera, o filho chora, o corpo muda, o relógio avança, a vida segue...

[18/10/2009]

Entre Aspas: A vida é a falta de definição. É transição. Nunca estamos prontos. Do filme Divã.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Sem você

Sozinho numa tarde dominical e cinzenta de dezembro em São Paulo (SP), a janela do meu apartamento está aberta e deixa entrar o vento frio que vem da rua. É a brisa da solidão, que me envolve, arrepia e grita a necessidade de estar com alguém. Da rua vêm os ruídos de uma banda de rock que toca no Memorial da América Latina, dos sinos da Igreja São Geraldo, convidando para a missa, dos gritos de gols dos vizinhos comemorando os últimos minutos do Campeonato Brasileiro de Futebol, mas do e-mail vem a lembrança que preciso estar aqui para trabalhar...

Na cama de casal, ao invés de uma pessoa para acompanhar, o livro com as lições não feitas de inglês. O ano está para acabar e eu continuo aqui, sem ninguém. Acho que vou fechar a janela.

Entre Aspas: A felicidade só é de verdade quando é compartilhada. Do filme Natureza Selvagem