quarta-feira, 22 de julho de 2009

É tudo verdade (!) (?) (...)

Saí do trabalhado estressado naquela noite. Tinha vontade de xingar todo mundo que via pela frente. Não que tivesse acontecido algo ou que houvesse motivos aparentes para isso. Até tinha, mas era apenas um sentimento, um desejo. O jeito seria ir para um bar beber e relaxar.

Sentei no balcão e pedi uma pinga. Virei aquela dose em um gole e parti para a segunda. Engatei um papo sobre amenidades com um desconhecido. Dissequei uma garota bonita que tinha uma bunda que dialogava com meus olhos. Ela devolveu o olhar. Tudo fez sentido naquele momento. A vida era aquilo e não o resto que tinha vivido até então. Quando dei por mim, naquela noite que minha boca era de qualquer boca, beijava com urgência seus lábios vermelhos e apalpava seu traseiro volumoso.

Quando parei para retomar o fôlego, não reconhecia meus atos. Mal conhecia aquela mulher, não a amava, mas era tudo o que tinha e precisava naquele momento: alguém que pudesse abraçar e chamar de minha! Resolvi saboreá-la um pouco mais. Afinal, não é todo dia que seu objeto de desejo também quer te consumir (sou politicamente correto demais para escrever “comer” aqui).

De súbito, meu rosto enrubesceu, larguei seus lábios, pedi um cigarro a um homem que parecia interessado em participar da cena e fui embora sem pagar a conta, dando baforadas descoordenadas. Quem lê pensa que tudo isso é verdade. Essa história ocorreu, parte na realidade, parte na imaginação fértil desse que vos escreve. Mas foi tudo assim, pelo menos na história que construí mentalmente a caminho do bar e escrevi ao chegar em casa.

Não sei se reconheceria aquela mulher se cruzasse com ela na rua. Será que era uma prostituta, apesar da aparência solitária e refinada? Como terá acabado a sua noite? Teria resistido aos olhares do homem que me deu um cigarro em troca da minha ausência naquele recinto? Minha fantástica máquina de criar se abstém de tentar teorizar sobre isso.

O estresse havia passado, o rosto estava quente, a língua anestesiada e a cabeça...Bom, essa estava melhor ocupada e agora com o cérebro mole, escorrendo pela caixa craniana.

– Mais uma dose de pinga, por favor!

***
Entre aspas: Se os fatos não correspondem à realidade, pior para os fatos. Nelson Rodrigues.

Entre aspas 2: Assim como a gente se arruma para sair, literatura é se arrumar por dentro. Deixar a solidão vistosa. Fabrício Carpinejar.

PS: Não me reconheço vivendo ou escrevendo essa história. Ainda bem que, teoricamente, só a Marina lê meu blog.

4 comentários:

Unknown disse...

Huahuhauaahaua... aé assustei qd comecei a ler. Será que é o blog o gui mesmo??? Antes disso a fazer um comentário... já percebeu que todo post seu tem um bar no meio. É impressionante menino! Você virou um botequeiro (pelamordedeus, leiam direito: é BOTEQUEIRO) de primeira hein?!

Mas gostei das suas revelações... pena que não posso falar as minhas no blog... hauhauahuhauahuaha!!!!

Bjus sempre!

Unknown disse...

estou cada dia mais sendo citada no seu blog hein?! huahauuahahaahha...

Anônimo disse...

só teoricamente ...
é sempre um prazer "te ler"... sendo você ou pensando não ser. um beijo, meu bem!!

Unknown disse...

Só pra vc saber eu leio seu Bloq sempre .. só sou preguiçosa.. por isso não comento!!!
Beijos

Ps: adoro seu jeito de escrever !!! é apaixonante!!